A busca por um Cirurgião Plástico, na maioria das vezes, vem da insatisfação com o próprio corpo. Uma papada que incomoda, o nariz fora do padrão imposto pela sociedade, olheiras, uma gordurinha que insiste em não sumir, entre outras possibilidades.
De acordo com dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, em inglês), o Brasil foi o campeão de cirurgias plásticas no ano de 2019, totalizando quase 1,5 milhão de procedimentos. Entre os mais procurados estão Lipoaspiração, com 15,5%, aumento de mama, 14,1%, e abdominoplastia, com 10,4%.
Para que a decisão de fazer um procedimento estético não se torne em dor de cabeça, uma das principais ações é buscar por um Cirurgião Plástico qualificado e com experiências. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) recomenda que todos os pacientes sigam alguns critérios no momento da escolha do profissional. Assim, é possível realizar as intervenções com mais segurança.
A formação de um Cirurgião Plástico
O que entendemos como formação para um Cirurgião Plástico se inicia na faculdade de medicina, no curso de graduação onde o aluno/acadêmico estuda por seis anos para ser graduado com médico.
Após esses anos, dá-se início a fase de pós-graduação com a Formação em Cirurgia Geral, quando são cumpridos dois anos. Além de mais três anos em Cirurgia Plástica.
A pós-graduação pode ser realizada em Residência Médica reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) ou em Cursos de Especialização reconhecidos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), cursos esses que cumprem todos os requisitos da Residência Médica.
Seguidos todos esses passos e cumprido todos os requisitos, o médico/cirurgião pode, então, se inscrever para realização da Prova de Título de Especialista em Cirurgia Plástica, que é a certificação reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para que o médico possa divulgar e trabalhar como Cirurgião Plástico.
Vale ressaltar que o ingresso em todas essas etapas é realizado com provas de conhecimento nas áreas específicas.
Com a obtenção do Título, outorgado pela SBCP, pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo MEC o novo Cirurgião Plástico pode e deve se inscrever no Quadro de Especialista do CFM e requisitar o seu RQE (Registro no Quadro de Especialista), sem o qual não poderá se divulgar como cirurgião plástico.
Como escolher um Cirurgião Plástico qualificado
A primeira atitude que o futuro paciente deve tomar é verificar se o médico está com o cadastro ativo no Conselho Regional de Medicina (CRM) da região em que atua. Deve-se checar também se ele é realmente habilitado em cirurgia plástica.
Outra recomendação é pesquisar se o profissional é filiado à SBPC. Esse não é um procedimento obrigatório, porém, é mais uma forma de se resguardar. Pertencer à entidade quer dizer que o médico passou pela formação mínima necessária para se tornar Cirurgião Plástico.
Para ficar claro: um Cirurgião Plástico capacitado, passa por 11 anos de estudo. Com tanto tempo de preparação, esse profissional está mais do que capacitado para exercer a função.
Veja outras dicas para escolher um bom Cirurgião Plástico
– Indicação e referência: é sempre bom contar com a opinião de amigos e familiares que já passaram por procedimentos cirúrgicos. Peça indicação para que possa ter uma referência do trabalho feito pelo cirurgião.
– Opinião médica: peça a opinião de um médico de confiança. Mesmo que seja de outra área e não conheça o Cirurgião Plástico em questão, ele vai ter meios de comprovar sua qualificação.
– Preço: o preço está baixo demais? Desconfie! Uma cirurgia plástica realizada dentro de todas as normas de saúde e segurança não tem como ser barata. Não faça sua escolha com base no orçamento: custos altos ou baixos não são garantia de resultados ruins ou bons.
– Conversa e quebra de expectativas: converse muito com o Cirurgião Plástico e fale das suas expectativas. Se for preciso, faça mais de uma consulta.
É no consultório que o paciente tem a oportunidade de esclarecer dúvidas, entender sobre as indicações, os exames complementares a serem realizados no pré-operatório, orçamentos, ou qualquer aspecto que envolva o procedimento pretendido.
Um bom profissional vai escutar todas as suas queixas, no entanto, desconfie se ele te prometer resultados irreais.
– Saiba dos riscos: um bom Cirurgião Plástico vai te colocar a par de todos os riscos inerentes aos procedimentos. Não acredite em profissionais que ignoram a existência de possíveis complicações.
Se o profissional cumprir todos esses requisitos, mas ainda assim não te passou segurança, busque novas opiniões e tire mais tempo para pensar. Com raras exceções, a cirurgia plástica não costuma ser algo emergencial. Por isso, não tenha pressa, planeje e pesquise bem sobre o procedimento, o profissional e o local em que a cirurgia vai ser realizada.
Decidindo pela cirurgia plástica
A decisão pela cirurgia plástica deve ser bem orientada. Essa é uma decisão complexa por envolver aspectos objetivos e subjetivos. O paciente deve, sobretudo, avaliar se suas expectativas são realistas e alcançáveis.
Mesmo sem fazer distinção entre cirurgias meramente reparadoras e as estritamente estéticas, o paciente tem que levar em conta que estamos lidando com a biologia humana. A medicina não é uma ciência exata, portanto está sujeita às variações individuais. É impossível prever todos os resultados pós-operatórios e, além dos custos financeiros, existe a exigência do tempo de recuperação, de cicatrização e o acompanhamento até o resultado final, com a possibilidade de revisões cirúrgicas.
A informação sobre o procedimento indicado e todos seus aspectos do pré-operatório até as possíveis complicações pós-operatórias, é de suma importância para que o paciente se sinta tranquilo para decidir. O recomendado é que o paciente faça quantas consultas forem necessárias para estar bem avaliado e informado.
E, finalmente, os Cirurgiões Plásticos não recomendam a cirurgia se o paciente não tiver expectativas reais quanto à possibilidade dos resultados, se apresentar quadros de depressão ou outras alterações de ordem psicológica, quando tiver tomado a decisão de operar apenas baseado na opinião de terceiros ou quando o risco cirúrgico for alto, como nos casos de doenças graves.
E lembre-se: os corpos perfeitos postados nas redes sociais e fotos de “antes e depois” não podem ser parâmetro para a escolha de um Cirurgião Plástico.